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Canoagem: Prova da Páscoa

canoagem prova pascoa 3 2017
Os canoístas demonstraram que estavam preparados


Clube Naval de São Roque muito satisfeito com a participação na Prova da Páscoa: “Foi uma excelente oportunidade de competição e um grande incentivo para os atletas do Pico”, considera o Treinador Jorge Costa.


As condições de mar não eram as ideais, mas a Prova da Páscoa, organizada pela Secção de Canoagem do Clube Naval da Horta (CNH), realizou-se este sábado, dia 22, e revelou-se um sucesso. Participaram 12 atletas, sendo que 5 vieram do Clube Naval de São Roque do Pico. Para os canoístas picoenses – convidados do CNH – tratou-se da primeira prova desta época, mas os resultados não podiam ser melhores. “Gostámos desta Prova e considero que foi bem organizada”, acentua Jorge Costa, Treinador da Secção de Canoagem do Clube Naval de São Roque. Embora o mar estivesse “um bocadinho mexido”, o que fez com que “tenham sentido dificuldades”, Jorge Costa enaltece a pertinência deste convite, que foi “muito bem-vindo”, pois estes canoístas “estavam mesmo a precisar de competir”.

Sendo neste momento o único Clube da ilha montanha em que a Canoagem é uma realidade, a competição é algo inexistente para estes altetas. Por isso, este Responsável faz força para que este intercâmbio se repita. E nesse sentido garantiu que vai propôr à Direcção do Clube que representa para que, “muito brevemente”, o convite possa ser retribuído ao Clube Naval da Horta. “Estas provas em conjunto, além de serem salutares para o convívio, constituem uma excelente forma de aumentar a competitividade, caso contrário só podemos treinar. E todos sabemos que o objectivo é competir e evoluir”, frisa Jorge Costa.  

Esta experiência já aconteceu no ano transacto, em que o CNH foi a São Roque, mas este Treinador diz que foi um número pequeno de atletas, esperando que este ano seja mais alargado.

Jorge Costa faz da Canoagem um hobby, mas no tempo que dedica a esta modalidade dá o seu melhor, “com gosto”. Apesar de não ter nada a apontar ao Clube Naval de São Roque, lamenta que no Pico não haja mais clubes que dinamizem este desporto, pois “só assim poderia haver resultados”. Confessa-se “triste” pelo facto de a Canoagem só ser praticada no Verão e relegada o resto do ano, apelando a quem se fica pelos passeios que deixe de ver esta modalidade como uma actividade sazonal. Depois há aqueles que, após os passeios, decidem ser canoístas a sério, mas abandonam ao fim de um ano, por elegerem outras prioridades na sua vida. “Naturalmente que a escola, a prática de um outro desporto ou ainda ocupações diversas, podem fazer com que a Canoagem fique pelo caminho, o que até compreendo, pois nem sempre é fácil conciliar tudo, mas o problema é que o Clube faz investimentos que depois não são rentabilizados, como aconteceu no ano passado”, sublinha este Responsável.

Contrariamente ao que se verifica habitualmente, aqui há dinheiro para gastar e vontade de o fazer, faltando quem queira manter uma relação séria com a Canoagem, que apenas regista práticas fortuitas.

Para que esta modalidade possa ser praticada a 100 por cento em São Roque, o Treinador elege como solução imediata os intercâmbios com o Faial. “Ficámos muito contentes com o convite feito pelo CNH, pois só assim podemos interagir e aprender uns com os outros. Vejo esta iniciativa como sendo muito vantajosa, uma vez que nos permite saber amanhã mais qualquer coisa do que aquilo que sabíamos hoje. Foi uma excelente oportunidade para os atletas que eu treino poderem competir, assumindo-se como um grande incentivo. É verdade que um revirou, mas isso também faz parte do processo de aprendizagem”.  

Jorge Costa notou que os canoístas do Clube Naval da Horta estavam” mais evoluídos  do que em 2016”, mas vê nisso uma motivação para conseguir “puxar” mais pelos seus pupilos que “só treinaram dois mesinhos”.

Num Clube em que o dinheiro não é entrave, este Treinador explica que, tirando o elemento humano, a maior dificuldade com que se debate é a rampa que, “por se apresentar com limos grande parte do ano, inviabiliza os treinos”. Juntam-se também as más condições de mar – “ondas muito grandes” – que poderiam danificar o equipamento.  

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O beberete-convívio é sempre um momento marcante quando as comitivas chegam a terra, com o entrosamento de atletas, dirigentes, treinadores, voluntários, pais e entusiastas empenhados, de que é exemplo o Presidente, sempre presente e bem-disposto

Confirmando a relação multisecular entre “a comunidade do canal”, como a designou Tomás Duarte, o Faial, ou mais especificamente o Clube Naval da Horta, afigura-se como a bóia de salvação dos seus vizinhos do Pico, provando que, tão ou mais importante do que o dinheiro, a dimensão ou os equipamentos, está o capital humano e o know-how.

Não podemos separar o que a Natureza juntou nem virar as costas a quem sempre viveu, e certamente viverá à nossa frente. Ainda que o neguemos ou que não ou queiramos ver ou assumir.

“Eles são o orgulho do Treinador”

“O mar estava desafiante e o vento fresco, mas a Prova da Páscoa correu bem”, diz Hugo Parra, Treinador de Competição da Secção de Canoagem do CNH, que acrescenta: “Só um atleta é que não terminou por causa das condições de mar, mas no cômputo geral, foi óptimo”.

À pergunta, como se sente o Treinador, a resposta é peremptória: “Está satisfeito e, ainda por cima com estas condições, portaram-se todos muito bem. Eles são o orgulho do Treinador. Desde o início que lhes disse que estava difícil, mas eles estão preparados para condições adversas porque faço questão de treinar com todo o tipo de condições. É claro que quando está muito mau, vão só cheirar um bocadinho, mas também temos sempre segurança por perto”.  

Esta foi uma Prova de Fundo – que são 5 quilómetros para todos os escalões, à excepção dos Infantis e Iniciados que fizeram 2 quilómetros – e que contou com a presença dos convidados do Pico. “É bom quando vêm atletas de fora porque a disputa é maior e a evolução dá-se quando há competição”, frisa Hugo Parra, um apaixonado pela Canoagem, que vê potencial por estes lados. Contudo, evidencia as diferenças entre o que se faz localmente e no Continente. “Não é só a chuva e o vento – nosso inimigo número um – que temos de enfrentar no Faial. Temos pouco tempo de água para treinar no Inverno (ao inverso do que acontece em Portugal continental) e quando chegamos ao Verão, embora a adesão seja grande, aí já estamos em cima do calendário de provas e quem quer evoluir nesta modalidade – assim como noutras – tem de treinar. Há potencial e capacidade, mas é preciso limar algumas arestas, nomeadamente em termos logísticos”.

Para aceder aos resultados desta prova, clique aqui.

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