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Rui Silveira, velejador de topo do CNH

Ele vive a Vela e para a Vela. É faialense, velejador de topo do Clube Naval da Horta (CNH) e encontra-se a trabalhar no Projeto Olímpico que visa os Jogos de 2020, em Tóquio, no Japão.

Tem 27 anos e desde os 9 que se apaixonou por este desporto, que lhe dá muito trabalho e oportunidade de viver momentos únicos. Para trás, deixou um percurso universitário e a possibilidade de viver outra carreira, mas sendo competitivo por natureza, encontrou na Vela uma forma de estar na vida, que o tem feito crescer, evoluir e amadurecer.

“Os momentos de fracasso são oportunidades de aprendizagem”

Gabinete de Imprensa do CNH: Como se faz um velejador?
Rui Silveira (Risos!): Com muita vontade de querer, a que se deve juntar trabalho, ambição, competência, planeamento, gestão financeira e recursos humanos. Todos estes elementos são muito importantes.
Gabinete de Imprensa do CNH: Mas tu és o motor da máquina?
Rui Silveira: Sou o primeiro rosto do sucesso ou do insucesso deste projeto, embora o insucesso não possa ser somente atribuído a mim. Não encaro     os momentos de fracasso como frustrações mas, sim, como oportunidades de aprendizagem, auto-crítica e observação.

Gabinete de Imprensa do CNH: Quem é que compõe a tua máquina?
Rui Silveira: O Clube Naval da Horta, o Treinador, o preparador físico, o psicólogo, a minha Família, a minha namorada... Mas depois, há também, a vertente dos apoios que vêm das Direções Regionais do Desporto e do Turismo, da Associação Regional de Vela dos Açores, da Câmara Municipal da Horta, da Federação Portuguesa de Vela. O esforço e o trabalho são meus, mas há um vasto conjunto de pessoas e instituições que, direta ou indiretamente, desenvolvem mecanismos para que a minha vida de atleta esteja o mais facilitada possível.

Gabinete de Imprensa do CNH: Sentes o peso de representar uma Região e um País?
Rui Silveira: Para continuar a ser merecedor deste apoio, preciso de trabalhar constantemente com o intuito de conseguir manter o atual nível competitivo, sinónimo de qualidade de topo.

Gabinete de Imprensa do CNH: O Rui Silveira é reconhecido e apoiado na medida desse nível?
Rui Silveira: Congratulo-me pelo facto de haver uma política regional que visa o Alto Rendimento e de o CNH ver em mim um ativo importantíssimo e um embaixador fora de portas. Mas, naturalmente que  não estou só focado na Vela, pois deparo-me com situações que têm de ser resolvidas no imediato e sou eu quem as enfrento.

Gabinete de Imprensa do CNH: O que destacas na tua já longa carreira como velejador profissional?
Rui Silveira: Pequenas conquistas que me tornaram mais forte e competente!

rui silveira iberostar 2017

“Sinto-me realizado com a Vela”

Gabinete de Imprensa do CNH: Porquê a Vela e não outro desporto?
Rui Silveira: Enquanto pratiquei Vela no Faial também jogava Ténis. Mas adaptei-me bem à Vela e, como sou extremamente competitivo, encontrei neste ambiente uma desafio motivador. Gosto da realidade do desporto. Sinto-me realizado com a Vela. Sou uma pessoa sincera, honesta e frontal e, se tivesse enveredado por outro caminho, não estaria a ser isso para comigo próprio.

Gabinete de Imprensa do CNH: A Vela vai ser uma realidade até quando?
Rui Silveira: Enquanto eu puder velejar e competir. Quando não me sentir apto, motivado, competitivo, não vale a pena continuar. Claro que parte da minha persistência depende de mim e da minha capacidade e a outra de quem está à minha volta. Preciso de estabilidade e apoio. A minha carreira atingiu um nível em que não basta eu querer, já não depende só de mim. Querer, todos queremos; mas conseguir ou poder já é diferente. Isto não é para quem quer, mas para quem pode e consegue chegar lá.

Gabinete de Imprensa do CNH: Quem é o teu suporte?
Rui Silveira: Sem o apoio pessoal, financeiro, anímico, emocional da minha Família, que é o mais importante para mim, nada disto seria possível. Esse apoio existiu desde o início da minha carreira e continua ainda hoje, mas não sei se será possível manter-se nestes moldes no futuro, pois é um desgaste financeiro e emocional pesadíssimo, o que em muitos casos nos leva a testar os limites.
Este projeto foi uma aposta pessoal e familiar. Partiu de dentro. Ninguém conhecia a capacidade do Rui Silveira. É verdade que os apoios oficiais sofreram uma grande evolução nos últimos 8 anos, fruto de uma política regional mais consciente, mas que ainda tem de ser melhorada. Os apoios existentes são cada vez mais específicos, visando as necessidades dos atletas.

Gabinete de Imprensa do CNH: O que ficou para trás?
Rui Silveira: A oportunidade de viver outra vida, outra carreira, outros momentos.

Gabinete de Imprensa do CNH: O que é que te move?
Rui Silveira: A preocupação de estar preparado sempre que sou chamado a competir.

Gabinete de Imprensa do CNH: O que seria um dia glorioso para ti?
Rui Silveira: Alcançar o apuramento para os Jogos Olímpicos de 2020, em Tóquio.

Gabinete de Imprensa do CNH: Esse objetivo domina a tua mente?
Rui Silveira: Estamos a falar de um objetivo concreto que quero atingir e perceber que valeu a pena. Essa meta será a consequência de um trabalho diário ao longo de 4 anos, com objetivos diários, mensais e anuais. O que foi feito até aqui deu-me know-how.  Competência e honestidade na forma como trabalho é o mais importante para mim.

RSilveira Canaria 1

“Quem não partilhar dos meus objetivos, deixará de caminhar comigo”

Gabinete de Imprensa do CNH: Qual a importância do CNH?
Rui Silveira: Máxima! É o Clube que eu represento e que dá a cara por este projeto. Claro que se não houvesse interesse da minha parte e apoio por parte do Clube Naval, esta parceria não era possível. Tem havido um bom entendimento até hoje. Espero que o Clube continue consciente do real valor deste projeto dada a importância da imagem positiva que é projetada para o exterior.

Gabinete de Imprensa do CNH: Como te vês?
Rui Silveira: Como um profissional da Vela. Sou fiel com quem trabalho e represento e só espero que os outros também o sejam para comigo. A minha realidade presente e futura é diretamente condicionada por mim e por todos os que trabalham comigo. No dia em que sentir que algum daqueles que estão à minha volta não partilha dos mesmos objetivos, deixará de caminhar comigo.

Gabinete de Imprensa do CNH: Consegues viver as vitórias no presente ou estás sempre no futuro?
Rui Silveira: Acima de tudo, sinto-me bem por ter sido competente e perceber que tomei a opção certa no momento certo. É crucial olhar para trás e ver que o trabalho foi bem feito, que as peças encaixaram e que culminaram num bom momento desportivo, o que denota competência. Mas a verdade é que não dá para pensar muito. Retiro o que é importante e foco-me no futuro.

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