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“Conhecer os Nossos Atletas” - Carla Martins: “Para mim, a Secção de Canoagem é outra família”

Foi o filho (Lucas) que a convenceu a experimentar a Canoagem já lá vão perto de 4 anos. O “bichinho” ficou e hoje é uma das atletas que mais leva este desporto a sério no Clube Naval da Horta (CNH).

Na Entrevista concedida no âmbito da rubrica “Conhecer os Nossos Atletas”, Carla Martins fala dos seus receios pessoais e das necessidades com que se debate a Canoagem no Faial, que, no seu entender, é “o parente pobre do Clube”.

- Gabinete de Imprensa do CNH: Quando começou esta aventura saudável?

- Carla Martins: No fim de 2015, porque o Lucas já fazia Canoagem e o Carlos Pedro, que era o treinador na altura, perguntou-me se eu não queria vir também. Experimentei e gostei! Mas foi difícil!

Eu já tinha uma noção do que era o Clube Naval, pois vinha sempre deixar o Lucas no Verão, nas “Férias Desportivas”.

“Agora, sou a Maria dos Desportos” 

- Gabinete de Imprensa do CNH: O desporto já era uma realidade?

- Carla Martins: Fazia ginásio e corria. Com o nascimento do Lucas fiquei mais parada e agora sou a “Maria dos Desportos”. Faço, ainda, crossfit, zumba e umas caminhadas mas gosto muito da Canoagem.

- Gabinete de Imprensa do CNH: Qual é a parte mais difícil na Canoagem?

- Carla Martins: O mais difícil é ganhar o equilíbrio e treinar nos dias de mau tempo e frio. Houve um treino – que foi dos piores – em que apanhámos chuva torrencial e granizo. Queria remar e não conseguia. Ainda por cima revirei! O que me valeu foi que cá fora fazia tanto frio, que a água estava quentinha. Mas para saltar depois para o caiaque e voltar a remar, foi dificil!

carla martins 2 2019

“O que é preciso é ganhar o equilíbrio no caiaque para não revirar”

- Gabinete de Imprensa do CNH: E o maior receio é...?

- Carla Martins: Revirar! Se tivessemos todos ‘surfski’ aí, mesmo que revirássemos, conseguíamos, por nós próprios, entrar de novo no caiaque. Num ‘surfski’ a água entra e sai, permitindo que o atleta consiga por si mesmo voltar a entrar no caiaque. Mas nestes caiaques que temos – antigos e pesados – a água entra e não sai, podendo mesmo afundarem-se. E sempre que entra água, temos de chamar alguém para nos ajudar.

Tive um treino em 2018, no Inverno, em que o caiaque voou e começou a encher de água. Fiquei assustada e engoli uns pirolitos. O que é preciso é ganhar o equilíbrio no caiaque para não revirar. 

- Gabinete de Imprensa do CNH: Mas há uns mais estáveis do que outros...

- Carla Martins: Mudei para um caiaque mais estável, o que fez com que tenha passado para um de classe mais baixa mas é mais seguro do que o anterior. Comecei a treinar num Katabatic e agora voltei a um Millennium. Andei para trás em termos de caiaque mas não em termos de evolução da modalidade.

Com esta mudança, consigo tirar mais partido, ou seja, remar a técnica da pagaiada. Consigo remar e avançar e no outro, por causa da falta de equilíbrio e de revirar, não conseguia pagaiar como deve ser, e revirava. Tive um Inverno inteiro a revirar constantemente.

“Não há material para todos e o que existe já não oferece segurança”

 

- Gabinete de Imprensa do CNH: A falta de material é muito notória?

- Carla Martins: Estamos a falar de caiaques mesmo muito antigos! A maior parte tem fita adesiva por todo o lado e metem água. Vamos treinando e pondo e tirando fita adesiva permanentemente! No fim de cada treino, é preciso estar ali a tirar a água que é para no treino seguinte os caiaques poderem estar operacionais. Se eles fossem antigos e seguros, tudo bem. Mas neste momento o que está em causa é a segurança. Estão mesmo todos em mau estado! Não têm ponta por onde se lhes pegue.

Também temos algumas pagaias partidas e não há coletes para todos e, tal como os caiaques, alguns apresentam-se com fita adesiva por todo o lado.

Se vierem todos os canoístas aos treinos – cerca de 20 – não há caiaques nem coletes em número suficiente. Resumindo: não há material para todos e o que existe já não oferece segurança.

- Gabinete de Imprensa do CNH: É possível evoluir nessas condições?

- Carla Martins: Claro que não! Os nossos caiaques parece que saíram da sucata! São os piores de todos a nível Açores. E isso fica bem patente quando vamos a provas regionais em que o material de todos os clubes está exposto lado a lado. Os nossos caiaques são horríveis. Chegamos a ter vergonha, porque está mesmo tudo em mau estado! Os colegas das outras ilhas dizem-nos frontalmente que temos condições muito fracas e que não sabem como é que ainda conseguimos andar nestes caiaques.

- Gabinete de Imprensa do CNH: Mas os resultados são bons!

- Carla Martins: Muito fazemos nós com o pouco que temos. Imaginem então se tivessemos condições como os das outras ilhas!...

Na Terceira e em São Miguel há muita diferença em termos de material e naturalmente de resultados, pois uma coisa está relacionada com a outra. Nem sei como é que conseguimos resultados tão bons!

- Gabinete de Imprensa do CNH: O que faz suportar esta falta de condições?

- Carla Martins: O gosto, mas não é facil! Não é a falta de condições que vai fazer-me desistir. Mas pode acontecer com outros...

Se há um dia em que não posso vir, fico a pensar: “Como será que correu hoje o treino? Será que correu bem?”

Eu gosto e o convívio que temos após as provas – em que cada um partilha o que traz – é bom para nos juntarmos e conversarmos em vez de cada um ir para o seu lado. Convivemos um bocadinho e falamos sobre a prestação de cada um.

Somos mesmo unidos como equipa e como amigos, caso contrário já tinha desistido. Não estou na Canoagem só pelo desporto em si mas porque somos um grupo amigo, brincamos e convivemos todos. Ali há um carinho e uma amizade que se sente. Sou a “velha” do grupo. Chamam-me “velha” no sentido carinhoso. A Júlia e o Miguel Lourenço são os mais novos. Aliás, o Faial é a única ilha que tem canoístas assim tão novinhos. Pelo menos era assim até ao ano passado. É engraçado chegarmos aos Regionais com eles os dois. Eu gosto e temos atletas de várias idades e em todos os escalões.

camp reg canoagem terceira 1 2018

Carla Martins: “Nem sei como é que conseguimos resultados tão bons!”

- Gabinete de Imprensa do CNH: Material novo ou semi-novo poderia funcionar como um estímulo?

- Carla Martins: É claro que se os atletas tivessem caiaques diferentes (melhores), talvez isso pudesse funcionar como uma motivação. Mas o Clube tem de investir, porque já não há condições para treinar. Estamos a falar de uma questão de segurança. Aliás, foi publicada uma lei em que já só são permitidos ‘surfski’ em prova. E o CNH só tem um, que é aquele que é usado pelo Clésio.

Por tudo isto, naturalmente que não tenho dúvidas em afirmar que a Canoagem é a Secção mais pobrezinha do CNH. E se isso não for suficiente, basta olhar para o nosso contentor (sede da Secção): está velho e tornou-se demasiado pequeno. Já nem cabemos todos lá dentro! Nem sequer o equipamento cabe todo lá, quanto mais material e atletas!

- Gabinete de Imprensa do CNH: Mas é nesse contentor que funciona o mini-ginásio...

- Carla Martins: Tem lá algum material para treinarmos mas não conseguimos por falta de espaço!

Cheguei a vir treinar em 2018 com o Clésio mas tinha de esperar que ele acabasse ou, então, que encolhesse as pernas para eu poder usar outro aparelho. Se o Zé [José Gomes] aparecesse também, já não dava!

Não temos equipamento nem condições. Podemos ver há quantos anos não se faz um investimento na Canoagem. O último caiaque que compraram há quantos anos era aguardado!? E quanto tempo já passou desde isso?

canoagem prova natal 2 2018

“Somos mesmo unidos como equipa e como amigos”

- Gabinete de Imprensa do CNH: Esta situação vergonhosa é do conhecimento de todos no Clube...

- Carla Martins: Obviamente que sim, pois já se arrasta há imenso tempo! Todos vêem este quadro mais do que precário e queixamo-nos sempre. Já falámos com o Treinador [Hugo Parra] e a Directora da Secção [Susana Rosa] sabe de tudo! (É uma pessoa muito presente e interessa-se mas sabemos que, por si só, não vai conseguir alterar esta situação). Portanto, há muito tempo que a Direcção tem conhecimento do que se passa.

“ARCA devia ajudar o CNH com novos caiaques” 

- Gabinete de Imprensa do CNH: Não havia a intenção de realizar umas iniciativas para angariar fundos?

- Carla Martins: Tínhamos pensado fazer um jantar mas na data agendada não foi possível para todos. Penso que talvez pudessemos ter conseguido comprar um ou dois caiaques em segunda mão. Um novo custa cerca de 2 mil euros e um em segunda mão pode rondar os 800 euros. E depois esse material ia rodando por todos. Mas nunca mais se falou nisso. E se for através do Clube, acho que nunca mais se resolve este problema.

Também já pensámos pedir patrocínios.

O professor Antas de Barros, Presidente da Associação Regional de Canoagem dos Açores (ARCA), diz que temos de arranjar fundos mas na minha opinião a ARCA também deveria ajudar, pois é o organismo que tutela esta modalidade na Região. E penso que também poderia ter a sua Página actualizada com os resultados dos atletas de cada ilha, tendo em conta que gostamos de consultar essas tabelas. Até seria bom para percebermos aquilo em que poderíamos melhorar.

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Entrega de Prémios referente ao Campeonato Regional de Canoagem de Mar 2018, realizado no Faial, no decorrer do Festival Náutico, organizado pelo CNH

Da esquerda para a direita: Susana Rosa (Directora da Secção); Ester Pereira (Vereadora camarária); José Decq Mota (Presidente da Direcção do CNH); Carla Martins (ostentando o Prémio conquistado) e Antas de Barros (Presidente da ARCA)

- Gabinete de Imprensa do CNH: Fisicamente, a Canoagem puxa!

- Carla Martins: Puxa muito pelos ombros e a posição das pernas também, pois temos de fazer força e esse movimento que se faz é igualmente bastante cansativo!

É preciso ter resistência. Fazemos aquecimento antes dos treinos e das provas.

- Gabinete de Imprensa do CNH: O Hugo é o segundo Treinador que a Carla conheceu no Clube. Que opinião tem sobre ele?

- Carla Martins: O Hugo percebe e quer que façamos sempre o melhor. O facto de vir da competição também ajuda nesse sentido. Ele gostava que em certos treinos deixássemos um pouco a brincadeira. Há dias em que ele próprio concorda que seja mais leve mas noutros é necessário treino mais intensivo para evoluirmos.

Este Inverno foi terrível devido ao mau tempo. O vento é o nosso principal inimigo. Com chuva e mesmo com o mar mais alteroso conseguimos treinar mas com mar alteroso e vento, nem pensar!

Eu tenho medo; sou medrosa em certas situações. E quando assim é, o Hugo diz-me logo: “Tu não penses! Rema e não penses!”

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“O vento é o nosso principal inimigo” 

- Gabinete de Imprensa do CNH: O que interessa é ir evoluindo sempre!

- Carla Martins: Tentamos ir sempre dando o nosso máximo e melhorando em cada prova. É essa a linha de pensamento do Treinador. Por isso, em cada treino temos de trabalhar ainda mais. De Inverno, quando o sol se põe não podemos estar no mar. E fazer um treino de meia-hora (entre as 17h30 e as 18h00) não dá! A essa hora já está escuro!

Também já chegámos a fazer o treino em terra mas de Inverno aparecem poucos. As condições atmosféricas são complicadas e não temos condições materiais para fazer treinos no nosso contentor. Agora, com os dias maiores, já podemos fazer mais treinos durante a semana e ao sábado.

- Gabinete de Imprensa do CNH: O apoio dos colegas é muito importante.

- Carla Martins: Vamos juntos e damos apoio uns aos outros. Sempre que não conseguimos pôr o colega de novo no caiaque, ficamos ali à espera que o Hugo chegue. Quando vemos um colega nosso revirado, alguém está cansado, com uma câimbra ou outra coisa qualquer, chegamos junto dele, ele agarra-se ao nosso caiaque e ficamos ali até a situação estar controlada.

Claro que há rivalidade entre os miúdos para ver quem chega primeiro ou faz um bom treino mas quando é necessária ajuda, todos são prestáveis. E é disso que eu gosto!

- Gabinete de Imprensa do CNH: Era bom a Canoagem ter sido uma realidade há mais tempo?

- Carla Martins: Para mim, foi a altura ideal. Antes nem pensava nisso mas depois fui atrás do Lucas.

Claro que quanto mais cedo uma pessoa começar, mais anos de técnica e de resistência adquire e mais isto e mais aquilo. É como em tudo! 

- Gabinete de Imprensa do CNH: Quem é o ás do grupo?

- Carla Martins: O Clésio! Mas o Zé, que é da minha idade [faixa etária dos 40], fica à frente de muitos rapazes novos.

O Miguel Pires também é bom. Acho que dá para investir em todos, se eles quiserem, claro.

- Gabinete de Imprensa do CNH: Então, o que importa é treinar!

- Carla Martins: Treinar e ter a técnica! 

- Gabinete de Imprensa do CNH: Em que consiste a técnica?

- Carla Martins: A técnica é saber a pagaiada, saber virar o corpo para ajudar a impulsionar a pagaiada. E aqui a perna também ajuda. São várias coisas juntas. Não é só meter a pagaia na água. É saber pôr a pagaia à frente para virar a água para trás, que é o que faz o caiaque andar. É o virar o corpo e ajudar com a força de ombros a pagaiada. Se for só com a mão, custa mais e dói!

Eu noto que a minha técnica está muito melhor, porque dantes eu remava, remava e quase que não saía do mesmo sítio. Para já, não tinha grande força de braços e depois não punha a pagaia totalmente dentro da água. Ficava sempre um bocadinho fora. Ou seja: a quantidade de água que eu punha para trás era mínima. Por isso, remava, remava, remava e ficava quase sempre no mesmo sítio. Agora está muito melhor!

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Hugo Parra, Treinador (Competição) de Canoagem do CNH e os atletas Carla Martins - Veterana Femininos: 1º lugar; Clésio Pereira - Júnior: 1º lugar; e José Gomes - Veterano B: 2º lugar, na Entrega de Prémios referente ao Campeonato Regional de Canoagem de Mar 2018, realizado no Faial no decorrer do Festival Náutico, organizado pelo CNH

- Gabinete de Imprensa do CNH: Há poucos elementos femininos na Canoagem, mesmo a nível regional e até nacional. Porquê?

- Carla Martins: O Hugo diz que não há muita competição feminina. E no CNH somos apenas duas atletas. Por isso, tento trazer mais meninas para a Canoagem. Mas não se afigura uma tarefa muito fácil. Algumas pessoas têm medo do mar e dizem que eu sou maluca por estar na Canoagem. Pensam que vou num barco com mais alguém e quando explico que ando sozinha, dizem-me num tom assustado: “Naqueles barquinhos pequeninos? Sozinha!?!” E chamam-me maluca.

Eu incentivo sempre amigos meus a virem experimentar nem que seja só no Verão mas nem isso querem, porque estão envolvidos noutros desportos ou porque simplesmente têm receio.   

- Gabinete de Imprensa do CNH: Noutros ambientes o Clube é tema de conversa?

- Carla Martins: Sim. As pessoas com quem eu falo sabem que o Clube existe e o que faz. Mesmo quem anda pelo Clube não sabe tudo o que se passa aqui, pois a actividade é muito vasta mas através da Página, vou acompanhando o agendamento das actividades, os resultados e consigo fica inteirada. Naturalmente que temos especial interesse quando são assuntos relacionados com a nossa Secção, em que vamos ler o que cada um disse e depois gozamos uns com os outros.

- Gabinete de Imprensa do CNH: Era bom haver mais clubes no Faial?

- Carla Martins: Acho que não! Se houvesse mais clubes talvez o número de atletas fosse maior mas também podia provocar divisões.  

São Miguel e Terceira têm vários clubes e muitos atletas mas no Faial o ambiente é bom e somos todos amigos no CNH. Para mim, a Secção de Canogem é outra família. Sentimos a falta uns dos outros.

- Gabinete de Imprensa do CNH: A aquisição de caiaque próprio é algo a ponderar?

- Carla Martins: Ainda pensei comprar um caiaque mas como não sei o meu futuro na modalidade, deixou de ser uma prioridade. 

Temos um colega – o José Gomes – que investiu na Canoagem e comprou dois ‘surfski’.

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Carla Martins: “Quando é necessária ajuda, todos são prestáveis. E é disso que eu gosto!”

- Gabinete de Imprensa do CNH: O Clube tem um papel importante na formação?

- Carla Martins: Sim, tem muitas actividades e muitas crianças inscritas. Em vez de estarem em casa sem fazer nada ou a ver televisão, é muito importante que venham para o Clube praticar um desporto, pois tudo o que seja actividade física é fundamental para a saúde física e mental! Sou muito apologista disso. Os miúdos têm de ter actividade física, o que também lhes ensina regras e aprendem a desenrascar-se. Essa é outra das mais valias da prática do desporto.

Na Canoagem percebo que os miúdos estão muito bem integrados e que esta modalidade os ajuda a crescer como atletas e como pessoas. Dou o exemplo do Jerónimo, que é um miúdo que cativa. Gosto muito dele! E ele adora pescar, o que também é muito saudável. Ele e o Rafael andam sempre muito juntos na pesca.

O outro lado de Carla Martins

- Prato preferido: Gosto de praticamente tudo!

- Clube: Benfica mas não sou doente.

- Signo: Leão.

- Filme marcante: O “Piano”. Já o vi 5 ou 6 vezes e choro sempre...

- Género televisivo peferido: Gosto de aventura, de romances, de policiais, de tudo! Gosto de chorar baba e ranho, de me rir à fartazana e de pregar sustos!

- Qualidade: O meu marido diz que eu gosto muito de ser certinha.

- Defeito: Sou refilona o que pode ser mau mas também pode ser bom.

- Desportos de mar ou de terra: Ambos.

- Tempos livres: Tenho poucos mas por vezes à noite fico um bocadinho no tablet.

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