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ARC Europe 2019: “No Faial, os velejadores encontram tudo o que precisam”

Na fotografia: Manuel Ferreira Lima, Mark Burton e Cecilie Hammersland, da Organização da Prova

A edição de 2019 da ARC Europe conta com 25 barcos e 83 velejadores, com a particularidade de haver uma tripulação portuguesa, que navega no “Attitude”. De Tortola (Ilhas Virgens Britânicas) largaram 26 barcos mas um problema levou a que um tenha sido impedido de prosseguir viagem.

A ARC Europe está a comemorar 29 anos de realizações, tendo a prova deste ano a duração de 54 dias.

Trata-se de um ‘rally’ do Atlântico Oeste-Leste, navegando do Caribe ou da América do Norte para a Europa, organizado pelo World Cruising Club (WCC), que todos os anos tem paragem obrigatória na ilha do Faial.

A partir de Nanny Cay Marina, em Tortola, Ilhas Virgens Britânicas, ou Ocean Marine Yacht Center, em Portsmouth, Virgínia, as duas frotas reúnem-se em St. Georges, na Bermuda, antes de cruzar o Atlântico rumo aos Açores.

Este ‘rally’ desenrola-se ao longo de três etapas. A primeira compreendeu Tortola/Bermuda, tendo a respectiva Entrega de Prémios sido precisamente na Bermuda. A segunda liga a Bermuda à Horta – em curso – decorrendo, com habitualmente, a Entrega de Prémios no Centro de Interpretação do Vulcão dos Capelinhos; e a terceira será entre Santa Maria e Lagos, com Entrega de Prémios em Lagos.

Nesta prova, as embarcações estão divididas em três diferentes classes: A, B e Catamaran’s.

Uma vez mais o Clube Naval da Horta (CNH) apoia a ARC Europe no Faial, cedendo as instalações do Centro de Formação de Desportistas Náuticos, onde está instalado o Secretariado com todo o sistema de comunicações, apoio administrativo e outros serviços.

centro formacao 1 2019

Todos os anos, o CNH apoia a ARC Europe na sua passagem pelo Faial

Programa no Faial

 

Dia 27 de Maio – segunda-feira:

18h30: Bebidas de boas-vindas no “Peter Café Sport”, um lugar icónico para receber os recém-chegados todos os dias. ‘Vouchers’ oferecidos pelo “Café Sport”.

Dia 28 de Maio – terça-feira:

18h30: A partir desta hora, concentração no “Peter Café Sport”.

19h30: Jantar de tripulações no Restaurante “Canto da Doca”. Cozinhe a sua própria comida numa pedra vulcânica quente.

Dia 29 de Maio – quarta-feira:

17h30: Passeio em Bote Baleeiro – embarcação que era usada na caça à baleia – oferecido pelo Clube Naval da Horta.

18h30: ‘Happy Hour’ no Bar do Clube Naval da Horta.

Dia 30 de Maio – quinta-feira:

18h30: A partir desta hora, concentração no “Peter Café Sport”.

19h30: Jantar de tripulações no Restaurante “Canto da Doca”. Cozinhe a sua própria comida numa pedra vulcânica quente.

Dia 31 de Maio – sexta-feira:

08h00-20h00: Formalidades a tratar na Marina da Horta.

10h00: ‘Briefing’ na Sala “Peter”, destinado a preparar o Cruzeiro a realizar nas ilhas dos Açores (Faial, Terceira, São Miguel e Santa Maria).

14h00: Volta à Ilha do Faial, com guia turístico, oferecida pela Direcção Regional de Turismo.

17h30: Recepção de Boas-Vindas, da responsabilidade da Direcção Regional de Turismo, no Centro de Interpretação do Vulcão dos Capelinhos, onde haverá a Entrega de Prémios relativa à 2ª perna da ARC Europe 2019: Bermudas/Horta.

Dia 1 de Junho – sábado:

07h00: Saída do Faial em direcção à Terceira.

Velejadores apreciam muito a Organização do WCC

O Gabinete de Imprensa do CNH conversou com os elementos da Organização da ARC Europe 2019, que aterraram no Faial na manhã desta quinta-feira, dia 23, e que são  Mark Burton, inglês, Director da Prova; Manuel Ferreira Lima, português, e Cecilie Hammersland, norueguesa, ambos Assistentes do Director de Prova.

A propósito da frota, Mark Burton explica que o barco que teve de voltar para trás por causa da avaria registada na vela da frente, quando já se encontrava a 500 milhas da Bermuda, poderá ainda vir a juntar-se ao grupo na ilha do Faial ou seguir directamente para Santa Maria, onde se reunirá com os restantes.

Este Responsável adiantou que “tem havido pouco vento” e, que, por isso, “os velejadores têm recorrido bastante ao motor”.

Mark Burton – velejador profissional, há 4 anos envolvido nas organizações do World Cruising Club – revela que se sente satisfeito “quando os barcos chegam a bom porto”. E relativamente ao WCC, destaca: “Os velejadores gostam muito da nossa Organização. Ao longo dos anos fomos adquirindo um conhecimento muito grande e podemos, como ninguém, garantir aquilo que eles mais precisam e apreciam, que é viajar em segurança – o que é facilitado pela confiança que a viagem em grupo confere – e os eventos sociais que acontecem em cada porto de chegada”. “Eles adoram estes convívios!”, frisa o Director de Prova, acrescentando que alguns se encontram a fazer esta travessia pela primeira vez e que nem todos – mesmo os habituais – conhecem o Arquipélago dos Açores na sua totalidade.

É no decorrer desta aventura que alguns já começam a planear outras rotas que o WCC promove para diferentes destinos.

“O Faial é o ponto preferido dos velejadores”

Questionado sobre o porquê de o trajecto nos Açores não contemplar outras ilhas, Mark Burton é peremptório: “Revisitamos os locais que eles mais gostaram no ano anterior. A recepção em Santa Maria foi magnífica e como tal queremos lá voltar e passar mais tempo nesta ilha. Os velejadores conversam muito uns com os outros, seguindo as opiniões e as experiências tidas pelos amigos. Sempre que alguém diz “ali é bom”, todos os outros vão, porque já sabem com o que vão contar. Se eles foram felizes ali, querem regressar a esse sítio. Portanto, alterar o percurso inter-ilhas seria o mesmo que lhes ter dado um Ferrari e depois dar-lhes um Fiat”.

O Director de Prova aponta o Faial como sendo o ponto preferido nos Açores, “onde eles encontram tudo o que precisam, tanto em serviços, como segurança e hospitalidade. As pessoas são simpáticas e dão informações. Eles sentem-se à vontade. Segurança e boa recepção é o que eles mais procuram”.

“Se eles têm uma ilha fantástica, com uma marina fantástica e uma recepção fantástica, é para lá que vão”, garante. 

Além de no Faial poderem resolver todos os probemas que possam ter no mar, os velejadores também já sabem que nesta ilha os preços são acessíveis. “Muito mais do que em Tortola ou na Bermuda!”

A ARC Europe conta com iates de luxo mas também de nível intermédio. Muitos estiveram a fazer a volta ao mundo, sendo que os europeus se encontram a realizar este ‘rally’ numa viagem de regresso a “casa”.

Nos Açores – entre o Faial e Santa Maria – dá-se o chamado “free cruising”, ou seja, durante estes dias o programa é livre não contando em termos classificativos, pelo que os participantes podem seguir directamente da ilha azul até à ilha de Colombo. Muitos ao chegarem ao Faial aproveitam para conhecer o Pico e São Jorge.

No Faial, a Cerimónia de Entrega de Prémios, no Centro de Interpretação do Vulcão dos Capelinhos, é um ponto alto para os velejadores, que “adoram” este convívio, onde são oferecidos vários produtos regionais, como vinhos, queijos, etc. Caso para dizermos em português: “Equipa que ganha não se mexe” ou então, adaptando a uma versão inglesa de Mark Burton, já traduzida: “Se não está partido não consertes”.

arc europe 2 2019

O gosto pelo mar e pela aventura são o ponto em comum desta equipa

“Preservem este paraíso chamado Açores”

Manuel Ferreira Lima – um surfista com 30 anos de histórias para contar e que já trabalhou nas Marinas de Lagos e Cascais e na Expo’98, onde conheceu o patrão da empresa – sublinha que este ‘rally’ conta com barcos “muito competitivos”. E no que concerne à WCC, desvenda: “78 por cento deles já fizeram algum evento connosco, não necessariamente só a ARC Europe mas também outras travessias”.

Este Assistente do Director de Prova – que trabalha para a WCC há já 4 anos – depois de ter colaborado na organização da ARC Europe Portugal, ganhou uma amizade que se manteve e o catapultou para outras aventuras organizativas, conduzindo-o a muitos pontos do globo, como Canárias, Cabo Verde, Santa Lucia, África do Sul, Sabta Helena, Brasil ou Indonésia. É por isso que, paralelamente ao inglês, a língua-mãe tem sido vital no que toca a relações públicas.

E abordando a divulgação do que acontece em cada sítio, recorda o que presenciou na viagem de avião até ao Faial: “O voo vinha cheio de gente para a corrida do Trail, que acontece estes dias no Faial, e eles já se conheciam. Parecia que estávamos num bar, em que todos se conheciam e trocavam informações e experiências. Fantástico!” “É importante preservarem este paraíso chamado Açores para não acontecer o que já se verifica noutros pontos do globo”, salienta este amante do mar.

“Eles gostam dos Açores em geral e do Faial em particular”

Instada a partilhar a sua visão sobre este evento desportivo, Cecilie Hammersland – velejadora, que já andou pelo mundo em diferentes circuitos tendo feito a ARC Europe em 2009 e 2011 – afirma que “este é um ‘rally’ muito simpático, em que muitos dos velejadores acabam a época ao virem de outras travessias, aproveitando para conhecer novas culturas. Eles gostam dos Açores em geral e do Faial em particular. Na Horta, temos tudo e somos muito bem recebidos. Penso que todos já ouviram falar do “Peter”, que é um sítio óptimo para verem algo de diferente. Os que atravessam o Atlântico chegam aqui e deparam-se com montanhas, algo que não viam há muito tempo! O clima é diferente assim como a cultura e as pessoas são muito simpáticas e acolhedoras. A comida é muito boa. Eles adoram a comida! E gostam muito dos eventos sociais! É um sítio novo para ser explorado. Dizem-nos sempre que os super-mercados e os restaurantes não são caros comparando com outros sítios, como por exemplo a Bermuda, em que é tudo muito dispendioso.

A segurança é algo que a Organização privilegia e os barcos são constantemente monitorizados, pelo que os velejadores podem falar connosco sempre que precisem”.

Quanto ao facto de envolver gente com dinheiro, Cecilie sustenta que “não é preciso ser rico para fazer a ARC Europe”. E acrescenta: “Se tens muito dinheiro, investe num barco grande, se não tens, compras um mais pequeno. O importante é ter um barco equipado com segurança”.

Estrangeiros são vistos como amigos

Cecilie, que já organizou outros eventos do WCC, revela que gosta de participar como velejadora mas também como organizadora. E quando lhe perguntamos se foi fácil ser aceite num mundo que era muito dominado pelos homens, recorda uma conversa tida em 2009, quando participou com a prima na ARC Europe. “Houve um velejador que me perguntou: “Onde está o ‘skipper’?” ao que a minha prima respondeu”: “Sou eu”, tendo ele dito: “A sério?” Mas nota-se cada vez mais mulheres nas provas como velejadoras e como ‘skippers’, o que já se tornou normal”.

Devido aos compromissos profissionais, é prática habitual muitos velejadores tirarem um ano ou dois para realizarem este tipo de projecto, voltando depois à sua rotina.

E a propósito do “Atitude”, esta Assistente do Director de Prova refere que por vezes aparecem tripulações portuguesas, como acontece este ano, sendo “bons velejadores”.

Cecilie assinala que “o Faial é a melhor ilha” para os participantes neste ‘rally’ e confessa que já se apercebeu de que na ilha do “Peter” os estrangeiros são vistos como amigos”. “É por causa disso que eles vêm cá”, afiança.

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