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X Regata Internacional de Botes Baleeiros - Comitiva americana visitou o Teatro Faialense

A palavra amizade sobressaiu na visita que a comitiva da Azorean Maritime Heritage Society (AMHS), de New Bedford, EUA, fez ao Teatro Faialense na manhã desta quinta-feira, dia 04. Recorde-se que esta deslocação ao Faial e Pico tem como mote a participação na X Regata Internacional de Botes Baleeiros, que decorre nos dias 05 e 07 do corrente, tendo precisamente como pano de fundo estas duas ilhas irmãs.

Antes de percorrerem as dependências deste edifício cultural, os visitantes foram saudados pelo Presidente da Câmara Municipal da Horta, José Leonardo Silva, que salientou o “excelente trabalho” que o Clube Naval da Horta vem fazendo, de que é exemplo a organização desta Regata Internacional de Botes Baleeiros, “sendo a acção do CNH um contributo inestimável na promoção e divulgação do Faial, dos Açores e de Portugal no Mundo”. 

O autarca faialense enalteceu “estas relações que passam de geração em geração levando as nossas tradições”. E vincou: “Temos de fortalecer cada vez mais a ligação existente entre a cidade da Horta e a de New Bedford e esta Regata também serve para isso, já que um povo sem história não consegue elevar a sua gente”.

José Leonardo sublinhou o facto de esta relação com a diáspora já ter atingido a segunda e terceira gerações, sendo alguns dos membros desta comitiva bem o sinal dessa realidade. “São pessoas que gostam de visitar os Açores e neste caso concreto a ilha do Faial. Olhamos para isto de uma forma tão positiva, pois, uma ilha tão pequena que faz parte de um arquipélago tão pequeno, tem uma projecção tão grande do outro lado do Atlântico”.

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Todos escutaram atentamente as informações veiculadas e Sara Quintal, da Organização da AMHS (sentada na primeira fila) fez a tradução para que todos pudessem ficar inteirados

O governante notou que este é um ano “muito importante” para a relação Açores/Estados Unidos da América, atendendo à comemoração do centenário da Primeira Travessia Aérea do Atlântico, proeza alcançada pelo Comandante Albert Read a 17 de Maio de 1919, dia em que o NC4 amarou no Porto da Horta, primeiro aeroporto dos Açores. “Fazemos parte da história e nós próprios também fazemos história, de uma forma diferente”, sustentou o edil faialense.

Para José Leonardo, “o que interessa é a nossa relação inter-pessoal”. E destacou: “Hoje em dia é tão bom falarmos para as pessoas e abraçarmos pessoas tendo em conta que estamos muito virados para os meios audiovisuais; é tudo muito plástico. É tão bom haver uma discussão frente a frente, porque isso também faz parte da nossa maneira de viver”.

O Presidente do Município lembrou que esta quinta-feira, 04 de Julho, era igualmente uma data “muito significativa”, por ser o Dia da Cidade. Foi precisamente a 04 de Julho de 1833 – há 186 anos – que a Horta foi elevada de Vila a Cidade. E toda a comitiva estava convidada para a Sessão Solene, que teve início pelas 20h30, no Salão Nobre dos Paços do Concelho.

A terminar esta conversa entre amigos, José Leonardo disse: “É com muito gosto que vos recebo e espero que se divirtam e tenham uma boa competição”.

Paulo Curado, Presidente da AMHS, agradeceu o convite e revelou que a maior parte do grupo – composto por 28 elementos – são pessoas que nunca tinham vindo aos Açores. “Posso garantir que eles estão a gostar, pois esta viagem gera um grande convívio e é uma excelente oportunidade para conhecer novas pessoas e rever amigos, como é o meu caso, que estive no Faial pela primeira vez há 4 anos”, recordou.

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A comitiva americana reuniu-se no palco do Teatro Faialense e fez questão de posar para a fotografia com as crianças que participavam num Worshop, tendo mesmo uma delas revelado que tem um padrinho em New Bedford

O Presidente da Direcção do Clube Naval da Horta (CNH), José Decq Mota, agradeceu ao Presidente da Câmara “a forma aberta e empenhada” como o Município tem apoiado esta iniciativa e salientou: “Agradeço em nome do CNH mas também em nome das outras entidades do Faial dententoras de Património Baleeiro – e que praticam Botes – e neste caso da X Regata Internacional e em representação das entidades do Pico com botes baleeiros”. “Nós criámos um Comissão e fizemos um programa que inclui as duas ilhas”, explicou.

José Decq Mota, um amante da baleação e dos botes, sugeriu que no decorrer do Passeio pela Ilha, oferecido pela Câmara, bem como o almoço, no Varadouro – “uma baía muito bonita” – a comitiva pudesse visitar o porto do Comprido, “que foi a mais importante estação baleeira do Faial e onde se arreava à baleia até ao ano em que rebentou o Vulcão dos Capelinhos, em 1957”.

“É um gosto enorme ter-vos aqui e esperamos que isto se repita por muito tempo”, assinalou José Decq Mota, acrescentando: “Atendendo à minha idade, estou em fim de viagem mas este projecto tem de prolongar-se”.

AMHS vai ter sede própria

Aproveitando esta oportunidade, o Presidente da Direcção do CNH deu os parabéns aos amigos de New Bedford pelo facto de o Presidente da AMHS ter assinado, sexta-feira última, o documento de aquisição do terreno onde será construída a sede (parte social e armazém para os botes). E reforçou: “Continuem assim, porque a acção de divulgação e manutenção do Bote Baleeiro Açoriano precisa da actividade da Azorean Maritime Heritage Society”.

A partir das 16 horas desta quinta-feira, a comitiva americana teve oportunidade de treinar, usando os botes do CNH. Após esse contacto no mar, decorreu um convívio na rampa.

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José Decq Mota recordou que a participação na Sessão Solene, na Câmara, era facultativa afirmando, contudo, que seria uma oportunidade para todos verem como é que “nós portugueses, açorianos, atlânticos, comemoramos o 04 de Julho”.

O último ponto desta visita ao Teatro Faialense foi um percurso guiado pelo Presidente do Conselho de Administração da UrbHorta, José António Freitas, que começou por referir que também andou “muito tempo” nos Botes, tendo integrado a tripulação do “Senhora da Guia”, da Junta de Freguesia da Feteira. “Os meus amigos andam todos nos botes e esta sexta vão competir com vocês, que fazem o que eu gosto”.

José António recordou que o Teatro Faialense – o actual edifício tem mais de 100 anos – era um antigo armazém de vinhos. “O vinho era trazido do Pico em barricas e vendido no Faial. Ao longo dos anos este edifício foi sofrendo diversas alterações como demonstra a sequência de imagens patente. A última grande remodelação foi há cerca de 16 anos, tendo havido a preocupação de manter a traça exterior e interior das galerias, dos camarotes e da plateia”.

Mais momentos desta visita podem ser vistos na Galeria de Fotos.

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