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Secção de Natação do Clube Naval da Horta precisa de Treinadores de nível II e de mais atletas na Competição

Um quadro técnico competente e habilitado e fazer transitar nadadores para a Competição, são os factores chave para dar um novo fôlego à Secção de Natação do Clube Naval da Horta (CNH), onde estão inscritos cerca de 130 atletas em diversos escalões. Olga Marques, Dirigente responsável pela Secção de Natação do CNH, gostava de poder dizer que tudo foi perfeito nesta época que agora terminou (2013/2014), mas tem consciência de que há aspectos que necessitam de uma mudança urgente para que este Clube possa vir a ter resultados como teve, em termos de Competição, num passado bem recente.

Esta Dirigente acedeu fazer o balanço deste ano de actividade, não descartando a hipótese de dar o seu contributo no próximo mandato. Mas para isso acontecer, terá de haver algumas garantias de mudança.



Olga Marques põe a hipótese de continuar a dar o seu contributo no próximo mandato



Gabinete de Imprensa do Clube Naval da Horta: Qual o balanço que faz desta época?
Olga Marques: Há aspectos positivos e outros que têm de ser alvo de uma remodelação para que, tanto o Clube como os atletas fiquem a ganhar. De uma maneira geral, a formação decorreu dentro da normalidade.

G. I.: Os resultados alcançados foram satisfatórios?
O. M.: O normal é querermos sempre mais e melhor, mas a verdade é que, para o número de atletas que temos na Competição, acho que os resultados alcançados foram satisfatórios.

G. I.: A Competição conta com quantos nadadores?
O. M.: A Secção de Natação do Clube Naval da Horta tem cerca de 130 atletas nos Escalões de Escolinhas, Cadetes, Infantis A e B, Juniores, Juvenis e Seniores. Em termos de Competição, no fim da época tivemos 8 nadadores regulares.

G. I.: Por que razão o número é tão reduzido?
O. M.: É aqui que reside uma das dificuldades que temos de ultrapassar. Levar os atletas a transitarem para a Competição não tem sido fácil, porque isso implica outra disponibilidade e outro investimento por parte dos pais e dos próprios nadadores. Neste caso, os treinos são diários, tendo a duração de 90 minutos cada. Depois, os treinos têm de ser mais tardios devido aos horários dos atletas e da Piscina da ESMA que, durante o dia, tem outros utilizadores.

Quando se está na Competição, há deslocações aos fins-de-semana e os educadores têm de vir com os educandos ao sábado, dia em que se realizam sempre as provas. Como tal, os pais queixam-se de que os filhos ficam sem tempo para as actividades escolares e para outras em que estão envolvidos.

G. I.: Considera que a Natação rouba tempo aos atletas?
O. M.: Na minha opinião, acho até o contrário por experiência própria, pois os meus filhos também praticaram Natação durante muitos anos e estavam simultaneamente no Conservatório e os resultados escolares foram sempre bons. É claro que não brincavam muito, mas encontravam esse tempo para descontrair antes e depois dos treinos junto dos colegas e dos treinadores e brincavam de uma forma saudável. Quando participam em muitas actividades, aprendem a fazer uma boa gestão do seu tempo. A formação das crianças e dos jovens noutras vertentes que não apenas a escola, faz parte do crescimento e é muito importante nos dias que correm.


Esta Dirigente, que também é mãe, recorda que os tempos em que os filhos tinham mais actividades foram aqueles em que os resultados escolares se revelaram melhores

G. I.: Na sua opinião, o CNH poderia ter mais atletas a competir?
O. M.: Naturalmente que sim, pois eles treinam sempre, mas quando chega ao dia das provas, não aparecem. E não pode haver Competição sem realização de provas. Esta época tivemos cerca de 18 atletas a treinar nas turmas de Competição e Pré- Competição. No entanto, participaram regularmente nos Campeonatos/Torneios, 3 Cadetes, 4 Infantis e 1 Júnior, num total de 8 atletas, o que é muito pouco. Também é preciso referir que alguns atletas sofreram lesões, o que contribuiu para o decréscimo verificado este ano.

G. I.: No ano passado o cenário era muito diferente?
O. M.: Não foi muito diferente, em 2013 tínhamos cerca de 20 atletas mas só 12 competiam regularmente. Em anos anteriores, esse número atingia os 40.

G. I.: Pelo que percebo, os nadadores estão preparados para competir. Por que razão não o fazem?
O. M.: Uns não aparecem pelo facto de nem sempre os pais terem disponibilidade para os virem pôr e buscar à Piscina durante o fim-de-semana e outros não se sentem à vontade, ficando nervosos nos dias das provas, mas aquilo que tenho observado é que depois de eles competirem uma vez, gostam e passam a ir sempre.

G. I.: A aposta tem de ser em que escalão?
O. M.: Para haver escalões superiores na Competição e darmos continuidade à modalidade no ano seguinte, é necessário uma formação técnica adequada, bem como motivação e gosto pela modalidade enquanto Cadetes. Isto também contribui para a evolução deles enquanto nadadores, pois se contarem com colegas a competir lado a lado, isso vai fazer com que dêem o seu máximo e melhorem os seus tempos, objectivo principal da Competição.

G. I. É urgente fazer o quê?
O. M.: Planear muito bem a próxima época e encontrar um bom quadro técnico.

A Natação é um desporto bastante saudável e completo, mas obrigatoriamente tem de contemplar uma vertente técnica adequada e com resultados a nível competitivo.

G. I.: Não há treinadores qualificados no Faial?
O. M.: Existem poucos e são pessoas bastante ocupadas.

G. I.: O trabalho do Treinador é muito importante não só em termos técnicos?
O. M.: Importantíssimo! Há pessoas que têm muito boa formação técnica, mas não conseguem fazer passar aos atletas aquela garra, aquela força de competir e vencer. Os Treinadores têm um papel fundamental nos treinos, na aprendizagem, na evolução e, consequentemente, nos resultados. Ser Treinador é muito mais do que uma profissão, é uma vocação, uma vez que estão a lidar directamente com crianças e são o elo mais próximo entre os atletas, os pais e o Clube. Outra questão indispensável a um bom Treinador é a sua própria formação e actualização. Nesse sentido, há que estar atento aos fóruns e às acções de formação que vão acontecendo com alguma frequência.


“O papel dos Treinadores é importantíssimo a diversos níveis, não podendo ser descurado ou desculpado”

G. I.: Os atletas pagam uma inscrição mensal?
O. M.: Sim, daí eu frisar que a responsabilidade é muito grande e não se pode encarar este aspecto de ânimo leve até, porque, são os atletas que suportam, em grande parte, os custos da manutenção do quadro técnico do CNH. Os nadadores e os pais merecem todo o nosso respeito e dedicação.

G. I.: Os pais mostram-se atentos ao que se passa com os filhos?
O. M.: Sim, bastante! Existem pais que acompanham os filhos nas provas realizadas fora do Faial e estão presentes nos treinos, manifestando a sua preocupação relativamente a todas estas questões. Curiosamente, o quadro de arbitragem da ANARA aqui no Faial é composto essencialmente por pais de atletas ou ex-atletas que, ao acompanharem os filhos, também criaram gosto pela modalidade.

G. I.: Os atletas do CNH treinam na Piscina situada na Escola Secundária Manuel de Arriaga (ESMA) tutelada pelo Serviço de Desporto da Ilha do Faial, o que fica a alguma distância do Clube. Eles têm sempre presente a ideia de que defendem as cores do Clube Naval da Horta?
O. M.: Os nadadores sabem que são atletas do CNH e para estreitar essa ligação e representação ainda recentemente o Clube organizou um lanche-convívio na sua sede. É importante que, de vez em quando, eles sejam convidados para festas ou eventos no Clube e possam ter a oportunidade de interagir com outras modalidades náuticas e com os restantes atletas do Clube, o que irá ser desenvolvido na próxima época. Os convívios também fazem parte do crescimento e da formação enquanto atletas e cidadãos.

G. I.: Considera-se satisfeita com o seu trabalho?
O. M.: Gostava de ter sido possível fazer mais. Sei que dei o meu melhor, mas não atingi o objectivo a que me propus.

G. I.: E que era…?
O. M.: Mais atletas e melhores resultados na Competição.

G. I. Nesse sentido, põe a hipótese de se recandidatar?
O. M.: Se a equipa toda o fizer, eu também alinho, principalmente com o objectivo de conseguir recuperar a vertente competitiva da Natação, e aqui a questão técnica terá que ser muito bem avaliada.

G. I.: Isso é um compromisso?
O. M.: Pode ser visto assim. Tenho a firme convicção de que a próxima época vai ser muito diferente e que o novo quadro técnico será uma realidade. Sei que esse é também um grande desiderato do actual Presidente desta casa e que os pais contam com essa remodelação, assim como esperamos poder continuar com o apoio, empenho e acompanhamento deles no que diz respeito à actividade da Natação no Clube Naval da Horta.

No Faial, temos tudo para que a Natação seja muito bem sucedida, começando pelos atletas que têm grande potencial e melhoraram muito esta época, passando pelos pais que acompanham de perto a actividade dos filhos e por um Clube com tradição e know-how e acabando num grupo de voluntários que dão o melhor que têm, que é o seu tempo, os seus conhecimentos e a sua grande vontade.

G. I.: Esta ligação ao CNH e à Natação, começou quando?
O. M.: Há mais de 10 anos que sou Juiz de Natação da Associação de Natação da Região Açores (ANARA). Os meus 2 filhos praticaram Natação no Clube Naval da Horta durante um largo período e perante a necessidade de revitalizar os aspectos fundamentais desta modalidade na ilha do Faial, acedi dar o meu contributo atendendo aos conhecimentos que tenho sobre esta modalidade e à ligação com o Clube.


“Sei que os pais estão a contar com uma remodelação de fundo na Natação para a próxima época e o CNH conta com o apoio e o empenho deles, como sempre”

Fotografias de: Cristina Silveira